Os protestos foram
generalizados do leste ao oeste, do norte ao sul. Qual a mensagem que ficou? Estava
claro o objetivo dos protestos? O vandalismo de uns atrapalhou a reivindicação
de outros? A conquista da Copa do Mundo pelo Brasil suprirá as nossas
necessidades e fará com que as esqueçamos?
Vamos analisando por
partes? Primeiro, é necessário identificar a mensagem subliminar inserida. Os
primeiros protestos foram em razão do anúncio de um aumento no valor das
passagens em São Paulo, uma mensagem direta que esconde o pacto e o
financiamento das campanhas políticas no Brasil. Os governantes insistem em
sobrecarregar os usuários do transporte coletivo objetivando assegurar aos
empresários do setor de transporte coletivo o lucro desejado. A população, não
suportando ficar sempre com a conta para pagar, resolveu demonstrar a sua “indigna
ação”.
Os objetivos dos
protestos foram muitos e dentre eles ganharam destaque especial a Saúde e a Educação
com padrão FIFA de qualidade. Os manifestantes exigem que os valores aplicados nos
eventos esportivos mundiais (Copa das Confederações, Copa do Mundo e
Olimpíadas) sejam utilizados em montante similar para atendimentos das
necessidades básicas na Saúde e na Educação. Prefiro que a decisão em trazer
eventos que exigem grandes desembolsos de recursos públicos seja aprovada previamente
em referendo, isto é, com a participação daqueles que contribuem e realmente
pagam a conta.
As manifestações e
indignações são válidas e necessárias quando os que pagam a conta entendem que
o valor da fatura está alto demais para contrapartidas de menos. Os problemas relacionados
aos eventos de mobilização aparecem quando os aproveitadores de plantão se
inserem objetivando danificar o patrimônio público ou o privado. Outro problema
é o aproveitamento partidário de um movimento apartidário. Entendo que a ação violenta
de alguns não apaga ou mancha as propostas e mensagens transmitidas por grande
maioria.
Os organizadores (ir)responsáveis
da FIFA já estão verificando uma maneira de assegurar a conquista da Copa do
Mundo pelo Brasil em 2014. O objetivo é apagar das nossas memórias as exigências
desmensuradas e a farra com recursos públicos derramados em grandiosos eventos e
em projetos faraônicos que deixarão como legado o descaso com o uso da máquina
pública.
Ficarão as heranças
de manutenção de grandes construções que não serão autossustentáveis e
necessitarão de recursos públicos para não ruírem. Em 22 de abril de 2013, antecipei,
aqui neste espaço, com o artigo DEMOCRACIA MANIPULADA que algo estava errado e
que uma nova leva de manifestantes estava para ser apresentada aos que fazem uso
indevido dos recursos públicos. As manifestações populares cessarão com o
conhecimento do campeão da Copa das Confederações?