segunda-feira, 24 de junho de 2013

EU PROTESTO, TU VANDALIZAS E ELES GASTAM O NOSSO DINHEIRO

Os protestos foram generalizados do leste ao oeste, do norte ao sul. Qual a mensagem que ficou? Estava claro o objetivo dos protestos? O vandalismo de uns atrapalhou a reivindicação de outros? A conquista da Copa do Mundo pelo Brasil suprirá as nossas necessidades e fará com que as esqueçamos?
Vamos analisando por partes? Primeiro, é necessário identificar a mensagem subliminar inserida. Os primeiros protestos foram em razão do anúncio de um aumento no valor das passagens em São Paulo, uma mensagem direta que esconde o pacto e o financiamento das campanhas políticas no Brasil. Os governantes insistem em sobrecarregar os usuários do transporte coletivo objetivando assegurar aos empresários do setor de transporte coletivo o lucro desejado. A população, não suportando ficar sempre com a conta para pagar, resolveu demonstrar a sua “indigna ação”.
Os objetivos dos protestos foram muitos e dentre eles ganharam destaque especial a Saúde e a Educação com padrão FIFA de qualidade. Os manifestantes exigem que os valores aplicados nos eventos esportivos mundiais (Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas) sejam utilizados em montante similar para atendimentos das necessidades básicas na Saúde e na Educação. Prefiro que a decisão em trazer eventos que exigem grandes desembolsos de recursos públicos seja aprovada previamente em referendo, isto é, com a participação daqueles que contribuem e realmente pagam a conta.
As manifestações e indignações são válidas e necessárias quando os que pagam a conta entendem que o valor da fatura está alto demais para contrapartidas de menos. Os problemas relacionados aos eventos de mobilização aparecem quando os aproveitadores de plantão se inserem objetivando danificar o patrimônio público ou o privado. Outro problema é o aproveitamento partidário de um movimento apartidário. Entendo que a ação violenta de alguns não apaga ou mancha as propostas e mensagens transmitidas por grande maioria.
Os organizadores (ir)responsáveis da FIFA já estão verificando uma maneira de assegurar a conquista da Copa do Mundo pelo Brasil em 2014. O objetivo é apagar das nossas memórias as exigências desmensuradas e a farra com recursos públicos derramados em grandiosos eventos e em projetos faraônicos que deixarão como legado o descaso com o uso da máquina pública.

Ficarão as heranças de manutenção de grandes construções que não serão autossustentáveis e necessitarão de recursos públicos para não ruírem. Em 22 de abril de 2013, antecipei, aqui neste espaço, com o artigo DEMOCRACIA MANIPULADA que algo estava errado e que uma nova leva de manifestantes estava para ser apresentada aos que fazem uso indevido dos recursos públicos. As manifestações populares cessarão com o conhecimento do campeão da Copa das Confederações?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A COPA DAS CONFEDERAÇÕES

O estilo de jogo muda mais as exigências da torcida continuam as mesmas. O brasileiro acostumou-se a exigir da nossa seleção um bom futebol, muitos gols, jogadas bonitas, espetáculo. O brasileiro exige, também, muitos títulos mesmo que a seleção não jogue bem. Se ganhar de meio a zero já será o suficiente. É um contrassenso, entendo eu, mas facilmente explicável.
Para iniciar a análise partiremos da inflexão que foi a copa de 70 para o futebol mundial. A copa conquistada pela seleção canarinho mostrou, ao mundo, a supremacia técnica do futebol-arte brasileiro. O primeiro ponto de desenvolvimento foi o intercâmbio dos melhores jogadores com os grandes centros futebolísticos, isto é, a importação dos melhores jogadores da América do Sul pelos grandes centros futebolísticos do mundo. A aproximação dos jogadores técnicos e habilidosos com os espectadores e os grandes centros científicos do esporte propiciou o surgimento de técnicas laboratoriais diversas.
A Alemanha e a Holanda (1974) utilizaram-se muito bem dessa aproximação para a produção laboratorial de jogadores e de uma nova forma de ver e jogar o futebol. A Alemanha campeã com o desenvolvimento da força física e da disciplina tática e a Holanda vice-campeã com a modernidade tática e a qualidade técnica dos jogadores.
A copa de 1978, na Argentina, foi o confronto da “catimba” Argentina e da técnica brasileira contra a técnica laboratorial e a tática europeia, resultando em uma final Argentina (campeã) e Holanda (vice-campeã). A alternância América do Sul (Argentina e Brasil)/Europa no posto de campeão das copas foi mantida até 2010 quando a Fúria Espanhola quebrou a sequência. Com o feito a Espanha juntou-se ao Brasil como únicas seleções a vencer a copa fora do seu continente.
A redenção do futebol brasileiro iniciou-se com a modificação da característica esportiva decorrente da absorção da experiência tática europeia pelos brasileiros na copa de 1994 prosseguindo até a de 2002. O ressurgimento da seleção brasileira foi decorrente da miscigenação da habilidade individual com a tática de conjunto europeia, dando, com isso, maior atenção aos setores defensivos do campo.
No momento atual a modificação dos padrões no futebol moderno mostra-nos uma variação da estrutura tática obrigando os atletas habilidosos a dedicarem parcela do tempo para fazer a composição da defesa. Há, no meu entender, duas variações de estrutura em campo. A primeira é a composição para a defesa em que todos possuem atribuições específicas no balanceamento da ação defensiva e a outra é a composição ofensiva em que alguns jogadores são sacrificados da ação ofensiva visando uma boa recomposição defensiva.

Em resumo, temos dois sistemas táticos que só funcionam com jogadores técnicos que entendem as suas responsabilidades e a necessidade do comprometimento tático para o jogo coletivo. A defesa está estruturada com o esquema 4-5-1, enquanto que o ataque vai de 3-4-3.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

AUTORITARISMO REPUBLICANO

Caro leitor, passei um tempo desconectado deste blog e resolvi voltar com toda a força iniciando com a modificação do título para “Opinião de Segunda”. Então vamos ao que interessa. Hoje me deterei ao que constato ser um Autoritarismo Republicano. Nos países republicanos, verifico o embate pelo poder apenas. Não há proposta clara para modificação da situação social. Não há proposição de planejamento de longo prazo estabelecendo metas para modificar aspectos socioeconômicos e ambientais.
Hoje, aqueles que foram testemunhas oculares dos processos descortinados nos governos autoritários e militares, lutam com armas virtuais e midiáticas almejando a conquista do poder pelo poder. Naquele tempo, o legislativo fora “controlado” pelos governos, enquanto que hoje verificamos a existência de situação síncrona que chamaremos de controle branco. A República Autoritária conquistou o silêncio e a aquiescência do legislativo com benesses legais camuflando o que em outros tempos levaria milhares de jovem a pintarem as caras e a tomarem as ruas.
A República Autoritária oficializou algumas situações combatidas outrora pelos que dela se beneficiam agora. A compra de votos dos eleitores deixou de ser uma ação nebulosa durante a campanha (com recursos de caixa dois) para ser uma ação prodigiosa durante o mandato eletivo (com recursos estatais). A “indicação” de empresas para participação direcionada em licitações com recursos destinados por emendas parlamentares, também, foi fruto da maquiagem legal para que o aspecto saudável deste autoritarismo fosse mantido “intacto” na “moderna república”.

Na República Autoritária o correto é deixar, os indicados para cargos no escalão superior, livres para decidirem e utilizarem o livre arbítrio sem interferência legal. A máxima do nada sei ou nada vi, sairá caricaturada de ruas e casas da periferia violenta - contaminada e sufocada pelo crime e pelo tráfico de drogas -, para contaminar a estrutura administrativa governamental. Só digo, por fim, que este que aqui escreve ainda não viu nem ouviu o que foi descrito nesta ficção no mundo real.

domingo, 12 de maio de 2013

AMOR DE MÃE


Hoje escreverei acerca de um sentimento único. Utilizarei minha percepção de filho e de pai para tentar descrever o Amor de Mãe. Este sentimento incondicional e diferente aflora junto com o primeiro filho. Só depois de sentir-se mãe pela primeira vez a mulher vivencia a avalanche de sentimentos que surgem acompanhando aquele pequeno ser.
O feto transforma a mulher. Vai moldando juntamente o corpo e o psicológico (os sentimentos) preparando-a para as aventuras que estão por chegar. É indescritível como a maternidade transforma a personalidade da mulher. As mulheres que são duronas ficam mais maleáveis e as que são amáveis ficam derretidas.
Minha mãe, Dona Regina, sempre foi um exemplo de fé, amor e determinação. Ela foi quem me encaminhou na vida para ser uma pessoa temente a Deus, alegre, amorosa e determinada. Sou grato por tudo. Sei que minha mãe abriu mão de algumas coisas para que eu pudesse ter um acompanhamento próximo. Dedicou-se integralmente à minha orientação para enfrentar os desafios da vida. Minha mãe foi um exemplo de como antigamente as mães eram dedicadas exclusivamente ao acompanhamento do desenvolvimento dos filhos.
Um exemplo de mãe moderna é o da minha esposa, Silvia. Ela é servidora pública e não consegue dedicar um tempo maior para acompanhar o desenvolvimento da nossa Sophia, entretanto, ela consegue ser uma mãe presente e dedicada mesmo com a limitação do tempo. Ela, assim como a minha mãe, é uma pessoa de fé, amor e determinação.
Lembro-me de algumas mães que foram importantes na minha trajetória de vida: Doroteia, Mãe do meu amigo Marcelo Cordeiro; Lauriêta, Mãe dos Cunhas; Antônia, doméstica que me viu crescer; Isabel Sardinha, Secretária do Curso de Economia da UFMA; Mary, Sueline, Cledinice e outras, JUCEMA; Joselita e Delcir, SEMA/MA; Analícia e outras, TJ/MA; Rosário Falcão, Conceição, Julina, Ana, Silvânia e outras, SEPLAN/SLZ; Graça Jansen, Mariel, Lucideia, Geralda, Nídia, Sônia, Maraysa, Vanessa, e as demais, SEGEP/MA.
Parabenizo por fim as Mães que brigam nas escolas e nas ruas com os coleguinhas dos seus filhos, as que utilizam as lancheiras para afastar os cães de rua que avançam nos seus filhos, as que confiam na recuperação dos filhos usuários de drogas, as que “não enxergam” a criminalidade dos filhos, enfim, Parabenizo todas as mães. Parabéns!

domingo, 28 de abril de 2013

QUAL O TAMANHO IDEAL DE UMA CASA?


No final de semana passado comprei uma casa de cachorro em uma loja especializada (Pet Shopping). Verifiquei, naquela ocasião, a existência de tamanhos variados de habitações caninas e constatei que os donos daqueles animais sempre compravam aquela que, aparentemente, seria proporcional ao porte do animal que possuíssem. Indaguei naquele mesmo dia um amigo dono de cachorro de pequeno porte: - Tu comprarias uma casa de cachorro maior para o teu cachorro? Ele respondeu-me que não haveria necessidade pelo tamanho do animal que ele possuía.
Fiz uma pausa e comecei uma reflexão com ele: - Como o ser humano é “interessante”, ele escolhe coisas proporcionais para os animais, entretanto, não utiliza a mesma racionalidade na escolha de uma casa para transformar em lar. Todos nós queremos, quando ainda não temos, uma casa maior, mesmo que não seja necessário.
Muitos lutam e conquistam belas casas, mas, infelizmente, algumas casas não são um lar. Se você sente saudade de casa quando está no serviço e deseja voltar logo para ficar com a sua família, você construiu o seu lar. Temos o dever de educar e incutir esta mesma sensibilidade em nossos filhos e como deveremos transmitir a eles a informação de que o lar é o nosso porto seguro?
Com carinho, gentileza, amor, compaixão e outros sentimentos que são acolhedores poderemos transformar uma casa em lar, entretanto, cabe aos pais a transmissão dos valores fundamentais para que tenhamos pessoas interessadas em constituir um lar. A manutenção da harmonia na família é o pilar responsável por sustentar o lar por longos anos.
Quando a harmonia é intrínseca ao casal, o tamanho ideal de uma casa é o menos importante. Quando o objetivo de constituir um lar é consequência da harmonização dos sentimentos do casal qualquer casa serve ao propósito maior que é a união da família.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

DEMOCRACIA MANIPULADA


Era uma vez um país que conquistou a democracia individual e que lutou por liberdade de expressão. Era uma vez um país que presenciou a sua capital ser invadida por jovens de caras pintadas pedindo a troca do presidente. Era uma vez um país que modificou o entendimento do certo e do errado, lá o errado era certo e o certo era bobagem.
Um dia um senhor com mais de 70 anos parou e falou para uma jovem ao meu lado: - os jovens hoje não lutam por ideologia ou por terem os seus pontos de vista respeitados. Eu até hoje não abro mão das minhas convicções, concluiu o idoso. Fiquei reflexivo por muito tempo após o pronunciamento.
Minhas reflexões acerca das lições da vida, que substituem qualquer livro ou professor da cátedra, são sempre longas e aplicadas. As palavras daquele senhor são luvas para uma análise da realidade que instintivamente tentamos esconder. Hoje as pessoas lutam por seus direitos individuais e deixam que as organizações sociais lutem pelos direitos coletivos.
E o movimento dos caras pintadas? Foi uma realidade manipulada? Foi a manipulação dos sonhos de alguns por poucos? Foi o uso da liberdade de expressão? Foi uma manifestação de combate à corrupção? Foi apenas uma ação e não uma comunhão? Foi mais um movimento histórico registrado e apoiado pelos meios de manipulação midiáticos?
O movimento dos caras pintadas, formado por jovens que tinham como missão interior demonstrar que poderiam ser tão combativos, ideologicamente, quanto foram os seus pais. Qual deve ser a missão interior dos jovens de hoje? Passar todas as fases do novo jogo eletrônico ou virtual? Ter mais seguidores em redes sociais? Tirar e postar mais fotos?
O quê os jovens oferecem aos seus seguidores das redes sociais? Festas, badalações, roupas de marcas famosas, carros, casas, férias contínuas? Imagens e poucas palavras? Hoje é normal: não respeitar os mais velhos; não ajudar os que precisam; não conhecer os vizinhos.
Os debates ideológicos estão perdendo espaço nas mesas de bar por não existir pessoas com conteúdo suficiente para que as ideias possam fluir e influir. Hoje, se foge do presente vivendo à sombra do passado pensando insistentemente no tempo futuro. Os sonhos são possíveis e estão próximos à realidade. Como formar uma nova artilharia de jovens militantes em um mundo despolitizado?

domingo, 14 de abril de 2013

A AUTOGESTÃO


Prezado leitor, ultimamente tenho lido muito e fiquei surpreso com o baixo valor de alguns exemplares. Muitos livros estão com valores atraentes por não venderem muito ou por pretenderem conquistar, com um valor atrativo, outros públicos. O importante é que as pessoas leiam, certo? Não, o importante é que os exemplares de maior poder de modificação do ser ou de adição de conhecimento tenham um preço acessível.
Vou tentar explicar. Estou envolto em um processo contínuo objetivando o aprimoramento do meu ser e em contrapartida a difusão do conhecimento. As pessoas buscam: dinheiro, sucesso, reconhecimento dentre outras coisas. O meu intento, neste momento, é de aprimorar e ampliar o conhecimento e retransmiti-lo para os mais próximos, quando percebo que são ou estão interessados.
Este processo iniciou-se com o desejo de fazer a leitura do(s) livro(s) “Os Sertões” de Euclides da Cunha. Nas idas à livraria passei por várias seções e prateleiras com livros de todos os tipos e qualidades de acabamento, entretanto, sentia uma repulsa interior aos títulos de autoajuda e (in)conscientemente eu passava ao largo daqueles títulos.
A curiosidade um dia atraiu-me e fui, sem (pré)conceito, até a estante dos livros de autoajuda. Comecei a leitura da contracapa de alguns livros e verifiquei que poderia dar uma chance àquelas obras. Comprei três livros – O poder de delegar (Donna M. Genett); Nunca desista de seus sonhos (Augusto Cury); e Pais brilhantes, Professores fascinantes (Augusto Cury). Já estou lendo o último. Fiquei maravilhado com a simplicidade das abordagens e a profundidade dos conteúdos.
Diante do conteúdo adquirido sugiro que o nome “autoajuda” seja abolido das livrarias e em sua substituição insiram a “autogestão”. Sugiro, ainda, que todos deem uma chance ao autoconhecimento e aos livros que estão disponibilizados naquela seção. Quanto tempo nós gastamos gerenciando coisas e atividades e não paramos para gerir os nossos pensamentos? Tenham uma boa leitura autoinstrutiva.

domingo, 7 de abril de 2013

ROYALTIES, COPA, OLIMPÍADAS E DESIGUALDADES


Um dia envolto em um raciocínio econômico que excluía apenas as forças políticas e econômicas (análise ceteris paribus), isto é, mantendo estas variáveis constantes, vislumbrei um Brasil dinâmico, cortado por ferrovias com vários polos de desenvolvimento inter-relacionados e interconectados. Sem imposições externas para os gastos públicos. Mero sonho ou utopia?
Não peçam que eu responda estruturando matrizes e derivações matemáticas, pois em economia não há previsibilidade matemática nem projeções estatísticas que não estejam suscetíveis às escolhas psicológicas das pessoas, isto é, a Economia é uma Ciência Social que se utiliza de ferramentas matemáticas e estatísticas objetivando projetar possíveis tendências.
Muito bem, vamos à análise prospectiva. O legislador constituinte previu que por suas dimensões continentais as desigualdades regionais do Brasil, já evidentes a época, seriam aprofundadas caso não ocorresse interveniência do governo central. Os royalties do petróleo da forma como eram distribuídos só ampliavam as discrepâncias socioeconômicas regionais. A nova proposta significa apenas uma mera repartição de receitas pela União? Sim, quando há apenas uma distribuição proporcional ou desproporcional dos valores; Não, quando a distribuição visa reduzir as desigualdades regionais preconizadas na Carta Magna.
Como dinamizar a economia de um país com dimensões continentais que concentra atrativos estruturais no sudeste e pouco ou nenhuma estrutura no Norte-Nordeste? O Governo Federal é o único responsável por criar e utilizar mecanismos objetivando reduzir as desigualdades socioeconômicas regionais?
O Governo Federal é o grande responsável. O exemplo está nos grandes eventos esportivos mundiais que são reproduzidos com acompanhamento e imposição das Instituições Internacionais responsáveis pela organização, FIFA (2014) e COI (2016). Que resultado prático é esperado com a realização destes eventos? Megas estruturas que serão inviáveis a exemplo do Engenhão no Rio de Janeiro ou estruturas adequadas ao atendimento das demandas sociais como saúde e educação?
A má distribuição da renda no território nacional (gerando o assistencialismo), a má gestão dos recursos públicos (improbidade administrativa) e a política do quanto pior melhor (situação e oposição irresponsáveis) são os pilares que sustentam a barreira política que mantém as desigualdades regionais no Brasil.
Quando a Constituição Federal será aplicada? Quando o Brasil iniciará a redução das desigualdades? Quando a soberania econômica institucional não sobrepujará a soberania nacional? Até quando conseguiremos sobreviver calados?

sábado, 23 de março de 2013

DO DOMINGO DE RAMOS À RESSURREIÇÃO


Quando eu era criança, acordava muitas vezes aos sons dos fiéis que se reuniam para reviver a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Este ato era o sinal esperado para preparar o espírito. A Semana Santa estava começando. Não podia jogar bola, não podia ouvir música, não podia comer carne vermelha, e deveria aguardar a ressurreição e malhar o Judas no Sábado de Aleluia e, no domingo, celebrar a Páscoa.
Reviver a peregrinação de Jesus durante a Semana Santa significa refletir se teremos oportunidade para reviver a Páscoa. Reviver a última semana do Filho de Deus em meio aos homens. Representar e encenar os passos de Jesus nesta última semana. Os católicos revivem a entrada de Jesus em Jerusalém realizando procissões e muitos fiéis acompanham a entrada gloriosa de Jesus com folhas de palmeiras.
Recepção do povo e aclamação digna do Rei de Israel. Todos os que acompanhavam a peregrinação jogavam as suas vestes ao chão e agitavam, com as mãos, ramos de oliveiras e palmeiras. Os que ali estavam abençoaram a chegada do Rei de Israel. Infelizmente, a felicidade do domingo de ramos é transfigurada em tristeza com a prisão, o castigo e a morte de Jesus.
Felizmente, no sábado de Aleluia, ao recebermos a notícia da ressurreição do Filho de Deus, temos motivo para comemorarmos e celebrarmos a vitória da esperança da vida eterna sobre a morte. Eu, neste dia, saía pelas ruas próximas à minha casa empunhando um cabo de vassoura em busca de malhações de Judas, mas gostava mesmo era da leitura do testamento do boneco (saudade da minha infância e juventude). A ação do esquartejamento do boneco era apenas o desfecho da leitura do testamento.
É, na Semana Santa, enquanto deveríamos refletir acerca das nossas atitudes e de termos nossas vidas invadidas pelo sentimento do acolhimento, somos teleguiados a não comermos carne vermelha e a comprarmos todos os itens à disposição no mercado. As propagandas de produtos de chocolate e de pescados, mariscos e derivados dos frutos do mar são constantemente veiculados objetivando garantir um aumento na procura de certos produtos e em contrapartida tentar justificar os valores absurdos cobrados pelos comerciantes neste período.
No Domingo, enfeitamos a casa e preparamos mesa farta para a comemoração da Páscoa. Celebramos os presentes de chocolate ou a vitória da vida e a remição dos nossos pecados?

sábado, 16 de março de 2013

ENSINAMENTOS DA ESCOLHA PAPAL


Acompanhamos no decorrer da semana que passou a escolha do Papa Francisco. Alguns analisaram as conjunturas vaticanas e as possibilidades de mudança nos rumos do catolicismo. Outros analisavam as possíveis conspirações que obrigaram Bento XVI a renunciar. Muitos não perceberam que o processo administrativo não perdeu a continuidade, isto é, nenhuma missa deixou de ser realizada no mundo e as atividades habituais no País Vaticano não pararam.
Algumas lições e ensinamentos poderiam ser absorvidos pelo processo político de escolha dos nossos representantes no executivo (Federal, Estadual e Municipal)? É preciso modernizar os processos e utilizar a tecnologia a favor das boas práticas. A escolha do novo Papa mostrou-nos que devemos reduzir os tempos entre a saída de um gestor e a assunção do outro sem comprometimento dos serviços disponibilizados.
Perguntas são inevitáveis: Por que as eleições devem ser realizadas no mês de outubro? Por que os empenhos e pagamentos aos credores não permanecem limitados ao último dia útil anterior ao dia da eleição? Por que a prestação de contas do último exercício do mandato não é realizada no mês de dezembro?
Vamos tentar responder rápido, e por partes contribuindo com algumas proposições aqui no OPINIÃO AM.
No século passado, quando as eleições eram realizadas com a utilização de urnas de lona e cédulas de votação em papel, fazia-se necessário destinar um tempo maior para a contagem e recontagem dos votos. Hoje, com a incorporação tecnológica das urnas eletrônicas biométricas fica mais fácil assegurar a lisura do pleito e rapidez na contagem dos votos.
Tendo por referência a agilidade na apuração das eleições, poderíamos aproximar a realização das eleições ao final do exercício financeiro (novembro ou dezembro), reduzindo consideravelmente a margem de manobra dos péssimos gestores que, ao saberem da derrota, utilizam-se dos recursos públicos para benefício dos seus, mesmo com as limitações impostas pela Lei Complementar Nº 101/2000 (LRF).
Acompanhando o adiamento das eleições, ocorreria a antecipação do encerramento do exercício financeiro. Haveria a antecipação da data limite para a realização de empenhos, liquidações e pagamentos, em suma, todas as operações seriam encerradas objetivando realizar uma prestação de contas preliminar.
Sei que há inviabilidades legais e técnicas que impedem algumas ações do gestor no último exercício do mandato, entretanto, a antecipação do encerramento do exercício e em consequência a exigência de prestação de contas preliminares poderiam ser realizadas com a utilização de sistemas informatizados gerenciais. A emissão automática de uma possível prestação de contas preliminar, ainda no mandato, seria mais uma ferramenta no combate ao mau gestor.
Será que teríamos um controle efetivo e uma continuidade das prestações dos serviços aos cidadãos (Saúde, Educação, Segurança, Etc.) se os Órgãos de controle possuíssem uma maior independência?